Os templos escavados na rocha de Abu Simbel já eram famosos antes que a Unesco, com o fim de evitar seu desmoronamento desgaste,aumentaram sua notoriedade com uma arriscada, mas perfeita operação de salvamento. A operação consistiu em desmontar os templos, cortando a mão, as partes mais delicadas e elevar 64 metros acima de sua localização original, umas 30.000 toneladas de rocha, que depois foram remontadas abaixo de uma cúpula de concreto, revestida de rocha, respeitando a sua orientação,posição e aparência original.
O Grande Templo de Ramsés II é o monumento mais importante da Núbia e um dos que melhor glorificam, a memória deste Faraó. Na fachada, esculpida na colina da montanha, ao modo do grande Pilono, quatro gigantescas esculturas de cerca de 20 metros de altura, representam o Faraó Ramsés II, que parece querer advertir aos núbios, quem é seu soberano. As figuras menores aos seus pés, representam príncipes e princesas e as mulheres favoritas deste profícuo faraó, aos quais se atribuem mais cem filhos. Nos relevos dos tronos estão representadas figuras que ligam flores de lótus ao papiro, simbolizando a união do Alto e Baixo Egito.
No interior do templo, uma sala que representa oito pilares centrais, com outras tantas figuras do Faraó, em forma de Osíris, de uns 10 metros de altura, está decorada com cenas religiosas e outras relacionadas com as façanhas de Ramsés II, que com trinta anos herdou o trono de Seti I, seu pai, e foi um dos Faraós mais longevos, pois viveu até os 90 anos. Destacam-se as cenas de Batalhas de Kadesh, e é seguramente aí onde se realizou uma representação mais completa.
O solo se eleva e o teto diminui a medida que subimos ao santuário. Ao fundo dele, há quatro figuras talhadas na rocha que representam as importantes divindades: Ptah de Menfis, Amón-Ra de Tebas, Ramsés II deificado e Ra-Harmakhis de Heliópolis. Cada 22 de fevereiro e 22 de outubro, aniversários da coroação e nascimento de Ramsés, os primeiros raios de sol iluminam três das divindades, exceto a Ptah, que por ser Deus de mais além, nunca vê o Sol. Depois do translado dos templos, se conseguiu que isso continuasse ocorrendo, mas agora com um dia de atraso.
O templo de Nefertari, de menor tamanho está dedicado a esposa favorita de Ramsés II e a deusa Hathor. Representa na sua fachada grandes esculturas do Faraó e de Nefertari como Hathor. Junto a eles, outras de menor tamanho representam alguns de seus filhos.