A palavra "hieróglifo" vem do grego e significa "entalhe sagrado".
O nome foi dado à escrita hieroglífica pelos antigos gregos que visitaram o Egito, por volta do século V.a.C. Essa escrita foi usada continuamente no Egito, por quase 4 mil anos - muito mais tempo do que nosso alfabeto tem sido usado.
Os antigos gregos e romanos ficaram fascinados pelos hieróglifos porque eles eram muito diferentes da escrita desses dois povos. O imperador romano Adriano chegou a ordenar a construção de um obelisco gravado com hieróglifos para seu amigo Antino, em 130 d.C. Com o passar dos anos e sucessivas mudanças de religião no país, os egípcios deixaram de usar esse tipo de escrita. A mais recente inscrição hieroglífica datada foi esculpida, na porta de um templo na ilha sagrada de Philae. Foi gravada por umsacerdote da deusa Ísis que chamava Nesmeterakhemon, em 24 de agosto de 394 d.C.
O tempo passou. Ninguém deixou nenhum livro explicando como ler os hieróglifos, e gradualmente a antiga língua egípcia morreu. Foi substituída pelas línguas copta e árabe. Por fim, todo o entendimento dos antigos egípcios e de seu sistema de escrita hieroglífica foi perdido. No período do Renascimento,no século XV d.C, acreditava-se que os símbolos eram figuras que registravam idéias secretas, e transmitidas por meio deles. Assim, criou-se todo tipo de explicações e significados para os símbolos.
Por que demorou tanto para desvendar a escrita hieroglífica?
Apesar de toda a história egípcia, apenas uma entre cem pessoas sabia ler e escrever; assim, mesmo no país a escrita hieroglífica era um mistério para a maioria do povo. Escrita e transmitida apenas por homens que foram chamados de "escribas" e serviam as altas autoridades da Civilização Egípcia.
Somente, em 1799 d.C, com a descoberta da Pedra de Roseta foi possível decifrar o código. Na pedra, havia a inscrição de um mesmo texto em hieróglifo, demótico e grego. O que facilitou o trabalho de tradução dos sinais, pelo estudioso francês Jean-François Champollion, em 1824 d.C.
Fonte: Parkinson, Richard. Guia dos hieróglifos egípcios: como ler e escrever em egípcio antigo - São Paulo: Madras, 2006.